sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Como transformar o nosso adubo

"Segundo a psicologia budista, nossa consciência está dividida em duas partes, como uma casa de dois pavimentos. No térreo, há uma sala de visitas que chamamos de "mente consciente". Sob o andar térreo existe um porão, que chamamos de "consciência armazenadora". Nesta, tudo o que fizermos, experimentarmos ou percebermos fica armazenado sob a forma de uma semente ou de um filme. Nosso porão é um arquivo de todos os tipos de filmes imagináveis, guardados em fita de vídeo. No andar de cima, na sala sentamo-nos em uma cadeira e assistimos a esses filmes, à medida que eles são trazidos do porão.
Alguns filmes, como Ira, Medo ou Desespero, parecem ter a capacidade de sair do porão por conta própria. Abrem a porta da sala e se instalam no nosso aparelho de vídeo, pouco importando que nós os tenhamos escolhido ou não. Quando isso acontece, ficamos paralisados, e não temos outra saída senão assistí-los. Felizmente, cada filme tem uma duração limitada e, quando termina, volta para o porão. Mas, a cada vez que é visto por nós, ele estabelece uma posição melhor na prateleira do arquivo, e sabemos que, em breve, retornará. Algumas vezes, um estímulo exterior, como alguém dizendo algo que fira nossos sentimentos, aciona a exibição de um filme na nossa tela de TV. Gastamos demais o nosso tempo assistindo a esses filmes, e muitos deles estão nos destruindo. Aprender a por um ponto final neles é primordial para o nosso bem estar.
(...)
Qualquer semente que se manifeste na nossa mente consciente sempre volta mais forte a nossa consciência armazenadora. Se regamos cuidadosamente nossas sementes sadias, podemos confiar que a nossa consciência se encarregará do trabalho de cura.

Do livro "Vivendo em paz" Thich Nhat Hanh

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Bonecos

Eis aqui a história do monge Zen Hotan.

Hotan ouvia as preleções de um mestre. Na estréia das suas palestras, a assistência foi numerosa mas, pouco a pouco, nos dias seguintes, a sala se esvaziou; até que, um dia, Hotan ficou só na sala com o mestre. E este lhe disse:
- Não posso fazer uma conferência só para ti; de mais a mais, estou cansado.

Hotan prometeu voltar no outro dia com muita gente. Nesse dia, porém, voltou só. Não obstante, disse ao mestre:
- Podeis fazer a conferência hoje, porque eu trouxe numerosa companhia!
Hotan trouxera bonequinhas, que espalhara pela sala. Disse-lhe o mestre:
- Mas são apenas bonecas!
- Com efeito , - respondeu-lhe Hotan. - mas todas as pessoas que aqui
vieram não são mais do que bonecas, pois não compreendem patavina dos
vossos ensinamentos. Só eu lhes compreendi a profundeza e a verdade.
Mesmo que muita gente tivesse vindo, serviria tão-somente de enchimento,
decoração, vazio sem fundo.

Conto Zen

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Se eu quiser falar com Deus



A letra dessa música sempre me acompanha. Sempre se encaixa no meu momento espiritual. Ela é eterna, pois é aberta, universal, profunda, verdadeira.
Leiam com atenção plena.

Gilberto Gil
1980

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Samsara

O monge perguntou ao Mestre:
-"Como posso sair do Samsara (a roda de renascimento e morte)?
O Mestre respondeu:
-"Quem te colocou nele?"

Conto Zen

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Como procurar o bem e evitar o mal

É natural termos recaídas e irmos procurar exatamente as coisas que sabemos que nos fazem mal. Procure cuidadosamente e se relacione com pessoas que você admire por serem aqueles que elevam, elas existem neste mundo, evite as companhias e comportamentos que conduzem ao mundo da destruição da saúde física e mental. Alimente o que há de melhor em você, não seu lado destrutivo e apegado, fumar , beber etc...são condutas suicidas disfarçadas, negam a vida e a felicidade, entorpecem, nos tiram a clareza. Busque a clareza, você sabe o que deve fazer e o que é melhor para você, intimamente todos o sabemos.

Monge Genshô no Blog O Pico da Montanha(é onde estão os meus pés)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Meditação para equilibrar os chacras


Branca, violeta, azul, verde, rosa... Nesta meditação, você imagina uma luz passeando pelos pontos vitais de seu corpo. Ao fim, seu espírito estará leve, a respiração, apaziguada, e o mundo ao seu redor, mais harmonioso.


Esta meditação leva cerca de 14 minutos. Porém você pode aprender os conceitos básicos e se deixar guiar pela intuição. O mais importante é entender o processo e relaxar.

Sente-se num lugar agradável, relaxe e inspire lenta e profundamente. Traga sua atenção para o topo da cabeça e visualize uma luz branca. A cada
inspiração e expiração, a luz se tornará mais clara e brilhante.

Inspire o branco, preenchendo o chacra coronário e iluminando o topo da cabeça. Lentamente, transforme essa luz na cor violeta. Imagine que ela fica mais forte. Suavemente, volte o violeta para a cor branca brilhante.

Continue a respirar e vagarosamente transporte a luz por meio da inspiração para o sexto centro de energia, entre as sobrancelhas.

Inspire a luz branca no centro dessa área, preenchendo- a e permitindo que a luz circule em volta dos olhos e atrás deles. Faça com que o branco se transforme em azul-índigo. A cada inspiração, traga o índigo para seu terceiro olho, circundando a área externa e em volta dos olhos. Inspire e expire.

Agora, novamente inspirando, retorne ao branco brilhante e conduza-o para o chacra laríngeo – o centro de sua garganta, o quinto centro de energia. Visualize muita luz nesse ponto. À medida que continuar a inspirar a luz em volta e atrás do pescoço, permita que a luz preencha sua boca. Continue no branco e visualize que ele limpa esse centro de energia. Mantenha lento o ritmo da respiração e torne a luz azul-celeste. Nesse tom, preencha a garganta, atrás do pescoço, e a boca. Inspire e expire. Deixe o azul virar branco e traga a luz para baixo, para o centro do coração. Vagarosamente, envolva o coração com essa luz, permitindo que ela se mova para ombros, braços e mãos. Em seu coração, essa energia se torna verde. Inspire verde dentro de coração, costas, área em volta dos ombros, braços e mãos. Expire. A luz verde passa para o branco.

O branco chega ao terceiro centro de energia, o chacra do plexo solar. Preencha o estômago com essa luz. Transforme-a em energia de cor amarela. Respire devagar e faça-a se tornar branca.

Agora, a luz branca chega ao chacra social, ou umbilical, mais ou menos 5 cm abaixo do umbigo, preenchendo os intestinos e a parte baixa das costas. A cor fica laranja, ocupando toda essa área. Inspire e expire a cor.

Sem pressa, transforme-a em branco e conduza para o primeiro centro de energia, seu primeiro chacra, na base da coluna. Visualize a cor branca nesse ponto, preenchendo coxas, joelhos, pernas, pés e dedos. Aos poucos, essa cor se torna vermelha. Imagine-a na base da coluna e descendo para pés, pernas e dedos. Inspire e expire.

Torne a visualizar a luz branca. Traga agora essa energia para cima, de volta para o segundo centro, depois para plexo solar, coração, garganta, chacra frontal e entre as sobrancelhas, e conduza para o topo da cabeça. Inspire profundamen te e conduza agora para aquele lugar seguro e repousante, a cerca de 15 cm acima da cabeça. A cada inspiração, a luz estará mais brilhante, fortalecida. Lentamente, faça uma respiração e traga sua atenção de volta ao ambiente. Inspire.

Texto • Kátia Stringueto
Foto • André Spinola e Castro.
Ilustrações • Rita Carvalho.

Leia a matéria completa no site da revista Bons Fluidos

domingo, 17 de agosto de 2008

Será que o sofrimento é realmente necessário?

Sim e não.

Se você não tivesse sofrido o que sofreu, não teria profundidade como ser humano, não teria humildade nem compaixão. Não estaria lendo este texto agora. O sofrimento rompe a casca do ego - do "eu" autocentrado - e promove uma abertura até atingir um ponto em que cumpriu sua função.

O sofrimento é necessário até que você se dê conta de que ele é desnecessário.

Eckhart Tolle é escritor e conferencista.

Extraído do Blog Esteja aqui e agora

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Ambientalistas fazem abaixo-assinado contra gorro do papa

(Folha de São Paulo, 13/08/08)

da Efe, em Roma

A Aidaa (Associação Itália para a Defesa dos Animais e do Meio Ambiente) conseguiu em pouco menos de um mês mais de 2.500 assinaturas pela rede para pedir ao papa Bento 16 que renuncie a usar peças com pele de arminho.

Desde o começo de seu pontificado, Ratzinger recuperou do vestuário papal peças como o camauro, um gorro de veludo com pele de arminho branco que os papas usavam no inverno.

A Aidaa apresentará ao pontífice, no final de setembro, uma carta acompanhada das assinaturas que começaram a ser coletada em 21 de julho no site www.firmiamo.it/.

Internautas pedem para que o papa Bento 16 pare de usar gorro com pele de animal
Nessa carta, o presidente da Aidaa, Lorenzo Croce, explica que a "pequena e significativa renúncia pessoal" por parte do pontífice se transformará em um "forte sinal para a tutela dos animais e do meio ambiente".

Nestas semanas, cidadãos italianos e estrangeiros assinaram o pedido, e alguns deles acompanharam sua adesão com um comentário.

"Existe uma diferença entre nutrir-se e enfeitar-se. Jesus Cristo saciou materialmente e espiritualmente os homens, mas lembre que o único 'adorno' que usou foi uma coroa de espinhos e um manto que colocaram nele para humilhá-lo", escreve um dos signatários.

Há quem aconselhe Bento 16 a seguir a tradição papal, mas usando peles sintéticas.

Outro dos complementos que o pontífice recuperou é a chamada mozeta, vestimenta muito habitual entre os cardeais, e cuja versão de inverno é em veludo e com arminho. Até agora, o Vaticano não respondeu a nenhum desses apelos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sentimentos

(Mário Prata)


SAUDADE é quando, o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue;

LEMBRANÇA é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo;

ANGÚSTIA é um nó muito apertado bem no meio do sossego;

PREOCUPAÇÃO é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento;

INDECISÃO é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa;

CERTEZA é quando a idéia cansa de procurar e pára;

INTUIÇÃO é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido;

PRESSENTIMENTO é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista;

VERGONHA é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora;

ANSIEDADE é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja;

INTERESSE é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento;

SENTIMENTO é a linguagem que o coração usa quando precisa mandar algum recado;

RAIVA é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes;

TRISTEZA é uma mão gigante que aperta seu coração;

FELICIDADE é um agora que não tem pressa nenhuma;

AMIZADE é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros;

CULPA é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia;

LUCIDEZ é um acesso de loucura ao contrário;

RAZÃO é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato;

VONTADE é um desejo que cisma que você é a casa dele;

PAIXÃO é quando apesar da palavra 'perigo' o desejo chega e entra;

AMOR é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mente


«Todos os fenómenos da existência têm a mente como origem, a men­­te como o seu supremo líder, e da mente eles são feitos. Se com uma mente pura alguém fala ou age, a felicidade (sukha) persegue-o co­mo uma sombra (chaya) que nunca o deixa.»

Buddha
Sutra 1 do Dhammapada

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Integridade


Para viver com integridade, precisamos parar de fragmentar e de criar compartimentos em nossas vidas.

Dizer mentiras no trabalho e, depois, esperar grandes verdades na meditação é absurdo. Usar nossa energia sexual de uma maneira prejudicial a nós ou aos outros, e depois ter esperança de conhecer o amor transcendental em outra esfera é falta de noção.

Cada aspecto de nossas vidas é conectado com qualquer outro aspecto de nossas vidas. Essa verdade é a base para uma vida desperta.

Sharon Salzberg, em "Lovingkindness"
Tricycle's Daily Dharma, 11/07/08

Do Blog Samsara

domingo, 3 de agosto de 2008

Ku-Klux-Klan


Lá estão eles, cristãos de diferentes matizes, a protestar em frente ao Senado contra a votação da lei que criminaliza a homofobia. Um deles brande um cartaz com os dizeres: E o que faremos com a Bíblia? A rasgaremos?

Lá estão eles, em Brasília, guardiões zelosos da palavra divina, a lutar em sua jihad particular (e insana) a favor do preconceito e do retrocesso. Preocupam-se com o que farão com a Bíblia. Não se preocupam com o que sentem homossexuais quando são ridicularizados, agredidos, desrespeitados e condenados.

Que espécie de cristãos são esses, que carregam com orgulho e arrogância as bandeiras escuras do preconceito? Não desrespeitam em primeiro lugar ao próprio Cristo, que pregava a compaixão?

Notem: não se discute ali a união de pessoas do mesmo sexo. Não se discute ali a descriminalização do aborto, ou da maconha, temas mais complexos, embora igualmente urgentes e, na minha opinião, passíveis de imediata avaliação, discussão e aprovação. Discute-se apenas a possibilidade de se transformar em crime o desrespeito aos homossexuais. Notem: discute-se apenas um direito básico, humano, de respeito às opções sexuais de cada um.

Na última edição de VEJA, o colunista André Petry (leia) observa que nos anos 60 do século passado, nos Estados Unidos, membros da organização racista Ku-Klux-Klan também protestavam contra a criminalização do preconceito contra negros. É fato. "Então poderemos ir para a cadeia por fazer piadas com crioulos?", protestavam os membros da KKK. "E a nossa liberdade de fazer piadas com crioulos? Como fica?", argumentavam. "E nossa liberdade de queimar-lhes as casas, açoitar-lhes as costas, tirar-lhes as vidas, como fica?"

A Ku-Klux-Klan faria boa companhia aos cristãos homofóbicos de Brasília.


Da coluna do Tony Bellotto (Revista Veja)
Zemanta Pixie