sábado, 31 de maio de 2008

Espelho mágico

Num sentido espiritual, não é muito efetivo tentar mudar o mundo externo para evitar nosso sofrimento. Por exemplo, se nos olhamos num espelho e vemos um rosto sujo, poderíamos pensar "Oh, que rosto imundo!" e rapidamente pegar um pano e esfregar o espelho. Esta não é a forma de nos livrarmos da face suja que vemos.

Uma vez tendo realizado que o que está refletido é nossa própria face, podemos mudar a aparência no espelho simplesmente lavando o rosto. Não obteremos resultados lavando o sofrimento de nossas circunstâncias,mas reconhecendo nossa mente como a causa original, podemos nos modificar.

Chagdud Tulku Rinpoche, em "Vida e Morte no Budismo Tibetano",

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sexta-feira, 30 de maio de 2008

O que é a renúncia?


" A renúncia não consiste em desistir das coisas deste mundo, mas em aceitar que elas se vão."

Shunryu Suzuki-Roshi

terça-feira, 27 de maio de 2008

Libertação Animal

Dentre os muitos vídeos que defendem a compaixão pelos animais, esse foi o único que consegui assistir até o final...

Sem amor


A inteligência sem amor te faz perverso.
A justiça sem amor te faz implacável.
A diplomacia sem amor te faz hipócrita.
O êxito sem amor te faz arrogante.
A riqueza sem amor te faz avarento.
A nobreza sem amor te faz orgulhoso.
A beleza sem amor te faz fútil.
A autoridade sem amor te faz tirano.
O trabalho sem amor te faz escravo.
A simplicidade sem amor te deprecia.
A lei sem amor te escraviza.
A política sem amor te deixa egoísta.
A fé sem amor te deixa fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor... não tem sentido!

Karma Tsultrim Gyamtso
Do Blog Filosofia do Penetral

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Compaixão na meditação


[...] o melhor de tudo é que não importa quanto tempo você vai meditar, ou o método que vai utilizar, toda técnica de meditação budista acaba gerando compaixão, independentemente de estarmos conscientes ou não dela. Sempre que observar sua mente, você não tem como deixar de reconhecer a semelhança com as pessoas que o cercam.

Quando vê seu próprio desejo de ser feliz, você não tem como evitar ver o mesmo desejo nos outros e, quando observa claramente o próprio medo, raiva ou aversão, você não tem como evitar ver que todos a seu redor sentem o mesmo medo, raiva ou aversão.

Quando observa a própria mente, todas as diferenças imaginárias entre você e os outros automaticamente se dissolvem e a antiga prece dos Quatro Imensuráveis se torna tão natural e persistente quanto as próprias batidas de seu coração:

Que todos os seres sencientes tenham felicidade e as causas da felicidade.
Que todos os seres sencientes se vejam livres do sofrimento e das causas do sofrimento.
Que todos os seres sencientes tenham alegria e as causas da alegria.
Que todos os seres sencientes permaneçam em grande serenidade, livres do apego e da aversão.


Yongey Mingyur Rinpoche, em "A Alegria de Viver".

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Encarou uma Reforma?


Então descubra os lugares onde é possível doar móveis e objetos de descarte de obras.

Aproveite a reforma da sua casa para ajudar alguém. Às vezes, quem precisa está muito perto de você – a empregada, o entregador de água, o porteiro... Mas móveis, peças, objetos usados e sobras de materiais de construção também podem ser doados a instituições, que se encarregam de encaminhá-los a quem precisa. Eis alguns sites de instituições que aceitam (e precisam) dessas doações . Ligue para saber como pode ajudar.

Ação Criança
São Paulo-SP
Fone: 11 3289-7400
www.acaocrianca.org.br

Aliança Internacional do Animal
São Paulo-SP
Fone: 11 3749-0800
aila@aila.org.br ou alia.org.br

APAE
São Paulo-SP
Fone: 11 5080-7000
www.apaesp.org.br

Arsenal da Esperança
São Paulo-SP
Fone: 11 6694-5444
www.arsenaldaesperanca.org.br

Associação de Apoio à Criança com Câncer
São Paulo-SP
Fone: 11 5084-5434
www.aacc.org.br

Associação Batista Beneficente e Missionária
Fortaleza-CE
Fone: 85 3290-2441
www.abbem.org.br

Associação Santo Agostinho
São Paulo-SP
Fone: 11 3887-8161
www.asa-santoagostinho.org.br

Exército de Salvação
São Paulo-SP
Fone: 11 5562-2285
www.exercitodesalvacao.org.br

Sistema Fiergs
Porto Alegre-RS
Fone: 51 3347-8787
www.fiergs.org.br

Da Revista Vida Simples - Novembro/2007

terça-feira, 20 de maio de 2008

Pela janela


Imagine passar sua vida inteira em um pequeno quarto com apenas uma janela fechada e tão suja que mal deixe passar a luz. Você provavelmente acharia que o mundo é um lugar bastante obscuro e sombrio, repleto de criaturas de formas estranhas que lançam sombras aterrorizantes no vidro sujo quando passam pelo seu quarto. Mas imagine que um dia você derrame um pouco de água na janela, ou um pouco de chuva escorra pelo vidro depois de uma tempestade e use um trapo ou a manga de sua camisa para enxugar a água. Ao fazer isso, parte da sujeira acumulada no vidro é limpa. Subitamente, um pequeno feixe de luz atravessa o vidro. Curioso, você pode limpar um pouco mais e, à medida que mais sujeira é limpa, mais luz entra no quarto. “Talvez”, você pensa, “o mundo não seja tão escuro e assustador. Talvez seja o vidro”.

Você vai até a pia e pega mais água (e talvez mais alguns trapos) e esfrega até que toda a superfície da janela fique livre da sujeira. A luz entra em todo o seu resplendor e você percebe, talvez pela primeira vez, que todas aquelas sombras de formas estranhas que costumavam assustá-lo a cada vez que passavam eram pessoas – exatamente como você! E, das profundezas de sua consciência, surge o desejo instintivo de formar um vínculo social – sair para a rua e estar com essas pessoas.

Na verdade, você não mudou absolutamente nada. O mundo, a luz e as pessoas sempre estiveram lá. Você só não conseguia vê-los porque sua visão estava obscurecida. Mas agora você vê tudo, e que enorme diferença isso faz!

É isso que, na tradição budista, chamamos de despertar da compaixão, o despertar de uma capacidade inata de identificar-se com e compreender a experiência dos outros.


Yongey Mingyur Rinpoche, A alegria de viver, Editora Elsevier/Campus, Rio de Janeiro, 2007

domingo, 18 de maio de 2008

Interdependência


Se você for um poeta..
verá claramente que há uma nuvem flutuando nesta folha de papel. Sem uma nuvem, não haverá chuva; sem chuva, as árvores não podem crescer e, sem árvores, não podemos fazer papel. A nuvem é essencial para que o papel exista. Sem uma nuvem, não podemos ter papel, assim podemos afirmar que a nuvem e a folha de papel intersão.

Se olharmos ainda mais profundamente para dentro desta folha de papel, nós poderemos ver os raios do sol nela. Se os raios do sol não estiverem lá, a floresta não pode crescer. De fato, nada pode crescer. Nem mesmo nó podemos crescer sem os raios do sol. E assim nós sabemos que os raios do sol também estão nesta folha de papel. O papel e os raios do sol intersão.

E, se continuarmos a olhar, poderemos ver o lenhador que cortou a árvore e a trouxe para ser transformada em papel na fábrica. E vemos o trigo. Nós sabemos que o lenhador não pode existir sem o seu pão diário e, conseqüentemente, o trigo que se tornou seu pão também está nesta folha de papel. E o pai e a mãe do lenhador estão nela também. Quando olhamos desta maneira, vemos que, sem todas estas coisas, esta folha de papel não pode existir.

Olhando ainda mais profundamente, nós podemos ver que nós estamos nesta folha também. Isto não é difícil de ver, porque quando olhamos para uma folha de papel, a folha de papel é parte de nossa percepção.

A sua mente está aqui dentro e a minha também. Então podemos dizer que todas as coisas estão aqui dentro desta folha de papel.

Você não pode apontar uma única coisa que não esteja aqui- tempo, espaço, a terra, a chuva, os minerais do solo, os raios do sol, a nuvem, o rio, o calor. Tudo coexiste com esta folha de papel. É por isto que eu penso que a palavra interser deveria estar no dicionário. "Ser" é interser.

Você simplesmente não pode "ser" por você mesmo, sozinho.

Você tem que interser com cada uma das outras coisas. Esta folha de papel é porque tudo o mais é.
Suponha que tentemos retornar um dos elementos à sua fonte. Suponha que nós retornemos ao sol os seus raios.

Você acha que esta folha de papel seria possível? Não, sem os raios do sol nada pode existir.

E se retornarmos o lenhador à sua mãe, então também não teríamos mais a folha de papel. O fato é que esta folha de papel é constituída de "elementos não-papel". E se retornarmos estes elementos não-papel às suas fontes, então absolutamente não pode haver papel.

Sem os "elementos não-papel", como a mente, o lenhador, os raios do sol e assim por diante, não existirá papel algum.

Tão fina quanto possa ser esta folha de papel, ela contém todas as coisas do universo dentro dela


Thich Nhat Hanh

quinta-feira, 15 de maio de 2008

No caminho com Maiakóvski


(Eduardo Alves da Costa)

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.


Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Only time

Only Time

Composição: Enya

Who can say where the road goes,
Where the day flows?
Only time...

And who can say if your love grows,
As your heart chose?
Only time...


Who can say why your heart sighs,
As your love flies?
Only time...

And who can say why your heart cries,
When your love dies?
Only time...


Who can say when the roads meet,
That love might be,
In your heart.

And who can say when the day sleeps,
If the night keeps all your heart?
Night keeps all your heart...


Who can say if your love grows,
As your heart chose?
Only time...

And who can say where the road goes,
Where the day flows?
Only time...

Who knows?
Only time...

Who knows?
Only time...