sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Qual a melhor religião?

Leonardo Boff pergunta a Sua Santidade Dalai Lama:

"Santidade, qual é a melhor religião?"

Sua Santidade responde:

"Aquela que te faz sentir mais compassivo, mais sensível, mais desapegado, mais humanitário, mais responsável, mais amoroso. A religião que consegue fazer isso de ti é a melhor religião"

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sábado, 25 de outubro de 2008

Natal 2008 - Espalhe essa idéia

Para o Natal 2008 ( espalhe essa idéia) Que tal fazer algo diferente, este ano? Sim ... Natal ... daqui a pouco ele chega .Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar uma das 17 milhões de cartinhas de crianças pobres e ser o Papai ou Mamãe Noel delas?

Há a informação de que tem pedidos inacreditáveis. Tem criança pedindo um panetone, uma blusa de frio para a avó...É uma idéia. É só pegar a carta e entregar o presente numa agência do correio até dia 20 de Dezembro. O próprio correio se encarrega de fazer a entrega.

Na vida, a gente passa por 3 fases:
- a primeira, quando acreditamos no Papai Noel;
- a segunda, quando deixamos de acreditar e
- a terceira, quando nos tornamos Papai Noel!!!

Projeto Papai Noel dos Correios
O que é:
O Projeto Papai Noel dos Correios é uma ação corporativa, desenvolvida em todas as 28 diretorias regionais, que tem como foco principal o envio de carta-resposta às crianças que escrevem ao 'Papai Noel'. O objetivo central é manter a magia do Natal.

A quem se destina?
O destinatário do projeto é a criança que envia pelos Correios uma cartinha ao Papai Noel. As cartas que partem das comunidades carentes em todo o País são separadas e colocadas à disposição da sociedade para quem quiser adotá-las. Ou seja, nem todas as crianças carentes serão necessariamente atendidas.

Como é feita a triagem?
Inicialmente são descartadas as correspondências que não contêm remetentes ou as com endereços repetidos. Portanto, não adianta mandar mais de uma carta, pois não se trata de sorteio. Assim, é importante o correto preenchimento do nome e endereço do destinatário, com CEP. Cartas de adultos não são atendidas, bem como pedidos de medicamentos, celular, MP3, DVD, notebooks e afins. Os critérios de atendimento de pedidos são razoabilidade e possibilidade.

Cada Regional tem um método de trabalho para classificação e seleção das cartas destinadas para adoção, considerando diversos fatores, tais como: tamanho da área abrangida, número de correspondências, número de adoções, número de voluntários envolvidos, etc.

Quem pode colaborar?
Todas as pessoas da sociedade podem colaborar, tanto como voluntários para auxiliar na leitura e triagem das cartas, como para adotar um pedido. Para isso, basta entrar em contato com a 'Casa do Papai Noel' de sua região (clique aqui).

Histórico do projeto
O projeto no formato atual existe desde 1994, embora ações isoladas deste tipo nos Correios tenham sido registradas há mais de 20 anos. Atualmente, envolve empregados voluntários dos Correios em todo o Brasil , com a colaboração também de voluntários da sociedade. Não possui caráter político, religioso, partidário ou comercial.

Desde a criação do projeto o número de correspondências vem aumentando, embora não seja esta a meta dos Correios.

Veja aqui os telefones para contato.

http://www.correios.com.br/institucional/conheca_correios/acoes_cidadania/papai_noel.cfm

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um país em busca da felicidade

Thimphu, a capital do Butão, estará em festa nos dias 6, 7 e 8 de novembro. O jovem Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, de 28 anos, receberá de seu pai a coroa real e se tornará o Quinto Rei do Butão. Essa transição de poder, com data recomendada pelos três principais astrólogos do país, é mais um marco da transformação que acontece no reino encravado nos vales do Himalaia. Quem cede a coroa é o Quarto Rei, Jigme Singye Wangchuck. Ele abdicou do trono em dezembro de 2006, em favor de seu filho mais velho, mesmo estando em excelente estado de saúde e com apenas 50 anos de idade. Sua atitude surpreendeu o país, pois Jigme Singye foi e continua sendo querido – quase venerado – por uma maioria esmagadora da população.

Jigme Singye ainda estipulou, na nova Constituição proposta por ele, que os próximos reis deverão obrigatoriamente renunciar aos 65 anos. Também convenceu seus súditos a eleger, por voto direto, em março de 2008, uma Assembléia Nacional e aceitar que o líder do partido majoritário fosse o primeiro-ministro. No ano passado, o rei visitou cidades e vilarejos dos 20 dzongkhags (distritos) para persuadir a população tradicional – ainda atada ao sistema monárquico – a votar, pois essas reformas seriam positivas. Seu recado: só existe um futuro para o reino, a democracia. Uma postura de desapego ao poder é tão raramente registrada que o monarca foi considerado pela revista Time, em 2006, como uma das cem pessoas mais influentes do mundo. Uma das explicações para essa atitude é a importância do budismo no Butão.
O plano do Quarto Rei era bem maior do que continuar regendo: transformar o poder absoluto do rei em uma monarquia constitucional. E incluir a felicidade como meta principal de sua nação. Inspirado pelos princípios budistas da compaixão e da harmonia, Jigme Singye cunhou, nos anos 80, o conceito de Felicidade Interna Bruta. A FIB pretende ser uma medida alternativa ao conhecido Produto Interno Bruto e ir mais além do total de serviços e mercadorias produzidos por um país.

Ao propor um conceito que sublinhava o bem-estar do indivíduo e da sociedade, as palavras de Jigme Singye cruzaram os picos do Himalaia e os oceanos do globo. Há algumas décadas, pensadores e economistas alternativos vêm considerando o tradicional PIB como uma medição limitada e, em alguns casos, errônea, pois considera elementos negativos da sociedade como positivos. Como o PIB avalia apenas o movimento do dinheiro, se metade dos carros de uma cidade caísse num abismo, as revendedoras de veículos, os fabricantes de peças automotivas ou as oficinas mecânicas aumentariam suas vendas – e o PIB subiria. Se um país destruísse suas florestas para transformá-las integralmente em produtos básicos, o PIB cresceria (embora o país tivesse perdido seu capital natural).

Medir valores intangíveis como a felicidade, porém, é uma tarefa complexa. Até porque cada pessoa a entende de forma distinta. Segundo o Plano Qüinqüenal do Butão, a FIB assenta-se sobre quatro pilares: desenvolvimento socioeconômico sustentável e eqüitativo, conservação ambiental, promoção do patrimônio cultural e boa governança. Para o Butão, não basta analisar o velho PIB – talvez porque ele seja um dos mais baixos do planeta, com apenas US$ 3,36 bilhões. O governo butanês adotou a FIB, criou uma coleção de novos indicadores socioambientais e passou a usá-los como um componente estratégico da política de planejamento nacional. Em discurso na ONU no final de setembro, o primeiro-ministro do Butão, Jigmi Thinley, defendeu a FIB: “É responsabilidade do Estado criar um ambiente que permita aos cidadãos buscar a felicidade”.

Leia matéria completa no site da Revista Época

sábado, 18 de outubro de 2008

O sol da consciência

De tempos em tempos você pode ficar inquieto e constatar que a inquietude não vai embora. Nesses momentos, apenas sente-se em silêncio, acompanhe sua respiração, dê um meio sorriso e faça sua consciência brilhar sobre a inquietude. Não a julgue nem tente destruí-la, porque essa inquietude é você. [...]

Durante toda a meditação, mantenha o sol da sua consciência brilhando. Como o sol físico, que ilumina cada folha de árvore, de arbusto e de grama, nossa consciência ilumina cada pensamento e sentimento nosso, permitindo que os reconheçamos, que fiquemos conscientes de seu surgimento, duração e dissolução, sem julgá-los ou avaliá-los, sem recebê-los com alegria ou bani-los. É importante que você não considere a consciência uma “aliada”, chamada para suprimir os “inimigos” que são seus pensamentos indisciplinados. Não transforme sua mente num campo de batalha. Não lute nela uma guerra, pois todos os seus sentimentos – alegria, tristeza, raiva, ódio – são parte de você. A consciência é como uma irmã ou irmão mais velho, suave e atenciosa, que está presente para guiar e iluminar. Ela é uma presença lúcida e tolerante, jamais violenta e preconceituosa. Está presente para reconhecer e identificar pensamentos e sentimentos, não para julgá-los como bons ou maus, ou colocá-los em campos opostos a fim de que lutem uns com os outros. A oposição entre o bem e o mal é com freqüência comparada à luz e às trevas, mas se encararmos as coisas a partir de uma outra perspectiva, veremos que quando a luz brilha a escuridão não desaparece. Ela não vai embora; ela se funde com a luz; torna-se a luz.


Thich Nhat Hanh, O Sol meu coração, da atenção à contemplação intuitiva, Editora Paulus,
Do Blog Para ser zen

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sábado, 11 de outubro de 2008

Armadilhas

No mundo dualista, as coisas parecem existir em completa separação. Nunca estão unificadas. Mas o mundo dualista é criado pela especulação humana. É o mundo que conceitualizamos através da nossa consciência.
O pensamento e a especulação do ser humano não são errados, mas são muitas vezes enganosos e evasivos. Quando somos apanhados no mundo dualista, agimos como um cão ou um gato que tenta apanhar um pedaço de carne pendurado numa vara atada ao seu corpo. No momento em que vê a carne, persegue-a, mas claro que nunca a consegue alcançar. E a vara não é rígida mas flexível, de modo que quando o animal se move, a comida salta para a esquerda e para a direita, e voa em todas as direções. Isto apenas faz o animal mover-se de forma mais descontrolada.
Isto que balança e se agita à nossa frente não passa de barulho criado pela nossa consciência humana. Podemos gostar de nos perder nele, mas é enganoso, porque é dualista.

Dainin Katagiri Roshi

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Impermanência III

Tenzin Gyatso, the fourteenth and current Dala...Image via WikipediaPerguntaram ao Dalai Lama:

- O que mais te surpreende na Humanidade?
E ele respondeu:

"- Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido."


"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."


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sábado, 4 de outubro de 2008

Impermanência II

O fato de se tentar evitar qualquer mudança na vida não torna ninguém mais seguro ou mais dono da situação. A vida é - e será sempre – inesperada. Mesmo que certas pessoas procurem empobrecê-la o mais possível.

Quando Deus percebe que determinada pessoa tem que dar um passo à frente, Ele faz com que esta pessoa caminhe - com ou sem vontade de andar. É melhor a gente dar os passos que precisa, com coragem, antes que sejamos forçados a dá-los.

Para aqueles mais indecisos, Deus costuma usar certas ferramentas - geralmente interpretadas como “castigos”, ou “mudanças repentinas”.

No final, mesmo os indecisos vão perceber a sabedoria destas mudanças - mas, até lá, terão sofrido desnecessariamente.

Do blog do Paulo Coelho

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Impermanência

A impermanência é a virtude da realidade. Exatamente como as quatro estações, sempre em contínuo fluxo — o inverno transformando-se em primavera e o verão em outono. Assim como o dia torna-se noite, a luz torna-se escuridão e luz mais uma vez — da mesma forma, tudo se transforma constantemente. A impermanência é a essência de tudo. Bebês transformam-se em crianças, adolescentes, adultos, velhos e, em algum ponto do caminho, morrem. Impermanência é encontrar-se e separar-se. É apaixonar-se e desapaixonar-se. A impermanência é doce e amarga, como comprar uma camisa nova e, anos mais tarde, vê-la transformada em um pedaço de uma colcha de retalhos. [...] A impermanência é o princípio da harmonia. Quando não lutamos contra ela, estamos em harmonia com a realidade. Muitas culturas celebram esse vínculo. Existem cerimônias marcando todas as transformações da vida, do nascimento à morte, assim como encontrar-se e separar-se, ir à guerra, perder a guerra, vencer a guerra. Nós também podemos reconhecer, respeitar e celebrar a impermanência.

(Pema Chödrön, Quando Tudo Se Desfaz)

Algumas pessoas acham que o buddhismo é pessimista, sempre falando de morte, morrer, impermanência, velhice — mas isso não é necessariamente verdade. A impermanência é um alívio! Eu não tenho uma BMW hoje e é graças à impermanência desse fato que eu posso vir a ter uma amanhã. Sem a impermanência eu ficaria preso à não-posse de uma BMW e nunca poderia vir a ter uma. Eu posso estar me sentindo muito deprimido hoje e, graças à impermanência, amanhã eu posso estar me sentindo ótimo. A impermanência não é necessariamente uma má notícia; tudo depende de como a interpretamos e a compreendemos. Mesmo que hoje nossa BMW seja riscada por um vândalo ou que nosso melhor amigo nos deixe na mão, não vamos ficar tão preocupados assim. Quando não reconhecemos que toda coisa composta é impermanente, isso é um engano, uma ilusão. Quando compreendemos isso — e não só intelectualmente — ficamos livres desse engano. É a isso que chamamos de liberação: ficar livre da crença unidirecionada e bitolada de que as coisas são permanentes. Mesmo o caminho, o precioso caminho buddhista, também pertence à esfera do composto, quer gostemos disso ou não. Ele tem um começo, tem um fim, tem um meio.

Dzongsar Khyentse Rinpoche, Os Quatro Selos do Dharma)