Apenas nossa busca pela felicidade nos impede de vê-la. É como um vívido arco-íris que você segue sem nem mesmo pegar,ou como um cachorro correndo atrás do seu próprio rabo. Apesar de a paz e a felicidade não existirem como uma coisa ou lugar reais, elas estão sempre disponíveis e o acompanham a cada instante. (Lama Gendun Rinpoche)
terça-feira, 8 de abril de 2008
Gente invisível
Psicólogo isola o vírus da coisificação social
Marcia Bindo
Durante oito anos, o psicólogo Fernando Braga da Costa vestiu uniforme de gari e trabalhou varrendo as ruas da Universidade de São Paulo (USP). Era sua tese de mestrado: invisibilidade pública. “As pessoas enxergam no outro apenas a função social”, diz ele, que sentiu na pele o que vive um… trabalhador invisível (vale dizer, não é ele na foto). “Descobri que um simples ‘bom dia’ – que quase nunca recebia como gari – é um sopro de vida, um sinal da própria existência.” Professores que costumavam cumprimentá-lo efusivamente nos corredores o ignoravam quando gari. Na verdade, sequer o olhavam no rosto, gesto que talvez permitisse um reconhecimento. “Quem ocupa um emprego considerado inferior fica imperceptível ao olhar da sociedade”, diz Fernando. “E não é uma questão de óptica, mas de sensibilidade.” Daí que, toda manhã, ambulantes, frentistas, serventes, boys e demais trabalhadores, com ou sem uniforme, podem estar esperando ardentemente apenas por nosso “bom dia”.
Matéria extraída da revista "Vida Simples"agosto/2003
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário