domingo, 25 de setembro de 2011

A rosa e o lixo


Impuro ou imaculado. Sujo ou puro. Estes são conceitos que formamos em nossa mente. Uma bela rosa que recém cortamos e colocamos em um vaso é imaculada. Ela cheira tão bem, tão pura, tão fresca. Ela traduz a idéia de ser imaculado, O oposto é uma lata de lixo. Cheira muito mal e está cheia de coisas em putrefação.
Porém, isto é apenas quando você olha superficialmente. Se você olhar mais profundamente, você verá que, em apenas uns cinco ou seis dias, a rosa se tornará parte do lixo. Você nem precisa esperar cinco dias para ver isto. Se você simplesmente olhar para a rosa, olhar profundamente, pode ver isto agora. E, se você olhar dentro da lata de lixo verá que em uns poucos meses seu conteúdo poderá transformar-se em adoráveis vegetais, e até mesmo em uma rosa. Se você for um bom jardineiro orgânico e tiver os olhos de um bodhisattva, olhando para a rosa, poderá ver o lixo, e olhando para o lixo, poderá ver uma rosa. Rosas e lixo intersão. Sem uma rosa não podemos ter lixo; e, sem o lixo, não podemos ter uma rosa. Elas precisam muito um do outro. A rosa e o lixo são iguais. O lixo é tão precioso quanto a rosa, na mesma medida. Se nós olharmos profundamente para os conceitos de impureza e pureza, seremos remetidos para a noção de interser.

Thich Nhat Hanh(

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